PRÁTICAS DE ESCRITA E REESCRITA EM CONTEXTO ESCOLAR E ACADÊMICO

Coodenadores

  • Emari Andrade
  • Raquel Lima Silva Costa

Partimos do pressuposto de que, ao escrever, o sujeito pode operar de modo singular com a linguagem, a ponto de deixar no texto indícios de um percurso marcado por equívocos, reformulações e decisões. É possível, assim, que a escrita seja permeada por releituras, levando o sujeito a trabalhar no texto quantas vezes avaliar necessárias para construir uma ficção textual (RIOLFI, 2003). Nessa concepção, a escrita é ato contínuo, processual: “escrever é reescrever” (FIAD, 2009). Ao implicar-se no ato de escrita, processo dinâmico e não-linear, o estudante dá vistas de posições subjetivas que ocupa, ora prendendo-se a demandas culturais, ora subvertendo-as, marcando seu texto singularmente (RIOLFI; MAGALHÃES, 2009). Em contexto escolar e acadêmico, contudo, nem sempre é dessa maneira que se experiencia a escrita, a qual, muitas vezes, é mais pensada como produto, sendo ofuscada pela repetição de fórmulas e modelos. Assim, cremos que seja oportuno, no que toca ao processo de ensino-aprendizagem, contribuir para que o estudante possa arriscar-se, ao aventurar-se na/pela escrita, de modo a deixar algo de seu no que materializa textualmente (COSTA, 2019). Diante dessas nossas inquietações, propomos, com o presente simpósio, reunir pesquisas, projetos, relatos de prática etc., que, à luz de perspectivas teóricas diversas, tomem a escrita, em qualquer nível de escolaridade, como objeto de estudo e reflexão, de modo a podermos, dentre outros aspectos, considerarmos questões dentre as quais: a) como se dá na escola a prática de trabalho com textos?; b) em que medida e em quais condições a escrita é vivenciada por professores e estudantes?; c) quando do trabalho envolvendo versões textuais, o que se leva em conta na análise das produções discentes? d) o que versões de texto (desde rascunhos e esboços a “versões finais”) podem indiciar acerca do sujeito que escreve em sua relação com a linguagem?; e) em termos pedagógicos, o que a reescrita possibilita para o que denominamos prática escolar e acadêmica de escrita? Com base em tais questões, convidamos professores, pesquisadores e estudantes de graduação, para juntar-se a nós em debates e discussões em torno da (re)escrita, de modo a compreendê-la como prática cujas implicações subjetivas podem, de modos diversos e singulares, transformarem a experiência do escrever.

Submissões encerraram-se em 25 de Julho de 2023 às 23:59