GT DE FORMAÇÃO (DE PROFESSORES) EM/DE LÍNGUAS: CAMINHOS PARA UMA FORMAÇÃO/EDUCAÇÃO INTERSECCIONAL

Coodenadores

  • Marcel de Assis Roque
  • Sueli Salles Fidalgo

A formação de professores de línguas é uma área ímpar, especialmente, em se tratando de uma visão interseccional de educação, ou seja, uma visão que reconhece a diversidade de identidades e as experiências dos discentes, dos docentes - na verdade, de todos os envolvidos na comunidade escolar. Trata-se de trabalho que considera as diferentes línguas e culturas representadas na sociedade (ex: surdos, migrantes, refugiados, i.e., comunidades linguísticas), assim como as diferenças étnico-raciais, a subalternidade que, há anos, se tem imposto às comunidades periféricas, as dificuldades que a comunidade LGBTQIAP+ tem vivenciado em contextos escolares, as diferentes formas de ser e de ensinar-aprender das pessoas com deficiências ou com necessidades educacionais específicas e tantas outras diferenças individuais e coletivas. Os trabalhos discutidos nesse GT trazem a formação docente vista em uma visão reflexivo-crítica e colaborativa em que a verticalização com que se tem, há anos, formado o professor - aqui, especificamente o professor de línguas -, é questionada. Serão discutidos contextos em que essa verticalização, ou colonialidade, oprime indivíduos, por meio da linguagem, cujo papel de mantenedora da exclusão ainda é fortemente exercido na escola. Os trabalhos apresentados podem tratar da formação de professores pré- ou em- serviço. Enfocarão ainda o papel de pesquisas como espaços formativos, especialmente no caso de trabalhos que se pautam em uma das perspectivas de pesquisa crítica (Magalhães e Fidalgo, 2019), como, por exemplo, a Pesquisa Crítica de Colaboração (Magalhães et aliae, 2022; Magalhães et aliae, 2021; Fidalgo et aliae, 2021) que, por meio da organização de sessões reflexivas - apoiadas no construto de reflexão crítica (Smyth, 1992) - cria lóci de argumentação e negociação de sentidos e significados que permitem a participação de todos os envolvidos na investigação-formação. Defendemos que, por meio de uma educação interseccional na formação em línguas, os alunos podem ser encorajados a desenvolver habilidades linguísticas diversas, valorizando a diversidade cultural (mesmo aquelas entre vizinhos de bairro e não somente de países), contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e equânime, combatendo preconceito e discriminação. E defendemos que, sem uma sólida formação que se paute mais no questionamento e no desenvolvimento da criticidade do que na transmissão de conhecimento e na cisão verticalizada entre universidade e escola, teremos sempre a manutenção do status quo de exclusão, de preconceitos, de bullying e, muitas vezes, lamentavelmente, de tragédias.

Submissões encerraram-se em 25 de Julho de 2023 às 23:59